Mesmo com a determinação judicial para que os professores da rede pública estadual encerrem a greve e retornem ao trabalho hoje, tudo indica que as cadeiras das salas de aula permanecerão vazias nesta segunda-feira. O Sindicato dos Trabalhadores em Educação Pública do Estado do Pará (Sintepp) já avisou que qualquer decisão sobre o encerramento da greve será tomada apenas em assembleia geral da categoria, que está marcada para hoje, às 9 horas, no Centro Social de Nazaré. Caso os professores não estejam em sala de aula hoje, a greve será considerada ilegal e o presidente do Sintepp estará sujeito a multa diária de R$ 25 mil. Além disso, se a categoria não voltar ao serviço, o Estado está autorizado a cortar o ponto dos grevistas a partir de hoje. Os professores que desobedecerem à decisão poderão, inclusive, serem submetidos à instauração de Processo Administrativo Disciplinar (PAD).
Segundo a coordenadora geral do Sintepp, Conceição Holanda, os professores não vão abrir mão de deliberar em assembleia e 'nenhuma decisão' será tomada sem o consenso da categoria. 'A data da nossa reunião foi remarcada quando o juiz divulgou que sua decisão sairia na segunda-feira. Amanhã (hoje), às 9 horas, vamos nos reunir e tomar uma posição', disse Holanda. Ainda de acordo com a sindicalista, a possibilidade de as aulas retornarem hoje é remota. 'Mesmo que a assembleia decida acatar a decisão judicial, creio que as aulas só retornariam nesta terça-feira (amanhã)', disse.
De acordo com Conceição Holanda, a decisão do juiz não correspondeu às expectativas da categoria. 'Não esperávamos que o juiz colocasse esse prazo de 12 meses para o pagamento da complementação do piso. É uma contradição do Judiciário não cumprir o que determinou a sua Suprema Corte', queixa-se a coordenadora. Na assembleia de hoje, devem comparecer professores de Belém e também de outros municípios. 'Precisamos definir esta situação, mas não há como prever se a categoria vai acatar ou não a decisão. Estamos preocupados com o corte do ponto e com a possível abertura de PAD, pois isso não é bom para os profissionais', ponderou.
Fonte: O Liberal